Bem-vindos a mais uma edição de “O Futuro hoje”. A convidada
de hoje é a Joana Santos, natural de Lisboa, 19 anos de idade, estudante do 2º
ano do curso de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social.
Maria – Olá, Joana! Bem-vinda ao “Futuro Hoje”. Como estudante
de Jornalismo, diz-nos como te estás a dar com o teu curso. Estás a gostar?
Joana – Estou a gostar muito. Antes de entrar para este curso,
no final do 12º ano, estava bastante indecisa entre Jornalismo e Psicologia.
Acabei por decidir vir para Jornalismo porque não sobreviveria em Psicologia
para sempre, já que me parece sempre muito rotineiro, e, sinceramente, eu não
gosto muito disso! Agora, em Jornalismo, sinto que estou a fazer mesmo aquilo
de que gosto.
Maria – Tencionas fazer mestrado?
Joana – Não. Nunca fez parte dos
meus planos. Mas tenciono continuar a tirar cursos que proporcionem mais
aprendizagem no mundo do jornalismo e, especialmente, no mundo da rádio.
Maria – Como foi a mudança do Ensino Secundário para o Ensino
Superior?
Joana – Não foi nada daquilo que eu estava à espera. Achava
que ia ser muito complicado, que não me ia adaptar nada bem, que ia ter
saudades da “escola pequenina”. Mas não foi nada assim! Conheci imensas pessoas
novas, que me abriram muito os meus horizontes, que me deram um mundo novo.
Além disso, como vim para Lisboa, que é um mundo totalmente diferente, apesar
de só estar na outra margem do sítio onde morava, acabou por quebrar a minha
rotina, o que também foi uma lufada de ar fresco. Foi mesmo muito bom!
Na minha opinião, no Ensino Secundário assusta-nos muito com a
entrada para a faculdade. Parece que vai tudo correr mal, mas eu não senti nada
disso.
Maria – Já tens ideia do que queres fazer quando acabares o
curso?
Joana – Hoje em dia, não estou com esperanças de que seja
fácil encontrar trabalho na área que quero mesmo, que é a rádio. Adorava ser
animadora de uma rádio. Mas, se me derem trabalho na área da informação ou da
produção, seja de rádio, de televisão ou o que quer que seja, também aceito!
Maria – No 1º ano do curso, tu trabalhaste num programa de
rádio, o Lusco-Fusco, do qual eu não perdia nenhum programa. Como foi essa
experiencia?
Joana – A Escola Superior de Comunicação Social, onde eu
estudo, é uma grande escola por isso mesmo. Tem núcleos, como a ESCS FM, onde
tu ouvias esse programa, que nos ensinam a trabalhar e a pôr em prática o que
aprendemos nas aulas. Para além da ESCS FM, há o nAV (Núcleo de Audiovisual e
Multimédia), o E2 (o programa de televisão que passa na RTP2) e é tudo feito
por alunos para, essencialmente, alunos. O lema é aprender fazendo. Ora, eu
comecei nos noticiários da ESCS FM, na Sebenta e no Sala de Projeção. Tudo
informação. Depois, comecei a fazer o Lusco-Fusco, das 18h às 20h, uma vez por
semana, em directo. Animação, portanto. Já não faço esse programa. Agora tenho
o Estado de Música, aos domingos, às 22h. E contínuo nos noticiários e no Sala
de Projeção. Sinceramente, não consigo dizer-te de que é que gosto mais. Tudo é
óptimo para me ensinar. Todas as experiências me ensinam imensa coisa para mais
tarde. E é como se já estivesse a trabalhar, mesmo! O que é uma óptima
sensação.
Maria –Portugal está numa fase complicada. O que tens a dizer
sobre isto?
Joana – Acho que, se continuarmos a pensar que Portugal está,
de facto, mal, então ele nunca vai passar disso, desse “estar mal”. É preciso
fazer mais e fazer diferente e, acima de tudo, apostar em valorizar aquilo que
Portugal tem de melhor.
Maria – Portugal está com sérios
problemas a nível de desemprego, e uma das áreas mais afectadas é precisamente
o jornalismo. O que pensas fazer após terminares o curso?
Joana – Procurar trabalho e, acima de tudo, não desistir!
Maria – Bem, Joana, a entrevista está a acabar. Queres deixar
alguma mensagem a alguém ou alguns alunos de ensino superior?
Joana – Para aqueles que vão entrar no próximo ano para o
Ensino Superior, escolham aquilo de que gostam e não vão atrás de opiniões
alheias. Se eu tivesse ido atrás das opiniões das outras pessoas, hoje em dia,
provavelmente, ainda estava a tentar acabar Matemática A, ou, então, estava na
FCSH, e não tinha sequer experimentado fazer aquilo que aprendo, em teoria, nas
aulas. O importante são vocês.
Para os que já estão no ensino superior, boa sorte!
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